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terça-feira, 11 de maio de 2010

Um olhar sobre o Estado

Um profissional capaz de criticar injustiças sociais e propor soluções políticas em um mundo onde alguns poucos têm privilégios e outros muitos vivem em condições subumanas. É assim que a professora do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB) Lúcia Avelar define o cientista político. Para ela, o profissional é capacitado a pensar a sociedade e as relações de poder nela existentes. “Fatores intelectuais, morais e de justiça, se entrelaçam na definição desta carreira”, afirma. Foi com o espírito de transformar o mundo que o estudante João Francisco Araújo Maria optou pela carreira. Araújo quer entender como funciona a sociedade e modificar o que considera errado. “A política é uma das principais esferas para mudar a sociedade”, revela.

Muitas pessoas dizem não gostar de política. A ciência, no entanto, permeia todas as relações humanas sociais. Fazer política é encontrar a melhor forma de garantir os direitos e deveres dos cidadãos, levando em conta as diferenças entre os indivíduos e os interesses de cada um. “Por isso, quem deseja entrar no curso deve gostar de ler, interessar-se em ciências humanísticas e, sobretudo, gostar de política”, reconhece Lúcia.

Como cientista político você pode:

  • Trabalhar em assessorias de políticos, de partidos, sindicatos, organizações não-governamentais (ONGs);
  • Trabalhar em assessoria parlamentar de vereadores, deputados e senadores;
  • Trabalhar como analista político;
  • Produzir dados eleitorais, atuando em instituto de pesquisa;
  • Trabalhar com marketing político em campanhas eleitorais;
  • Ser gestor do governo, concebendo, implementando e avaliando as políticas públicas de diversas áreas do governo.

A UnB é a única universidade pública do país que oferece o curso de Ciência Política. Nas demais, o estudante entra no curso de Ciências Sociais e, ao se formar, faz mestrado ou doutorado na área da política. Além disso, a proximidade com o poder público é outro diferencial da UnB. Pode-se unir a teoria e a prática mais facilmente. Araújo ressalta que, por estar próximo das instituições representativas do poder federal, o estudante da UnB tem fácil a acesso a relevantes materiais de pesquisa. “Para saber sobre qualquer assunto relacionado aos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário é só ir aos ministérios e tribunais, que estão logo ali”, conta.

Os principais campos de análise do cientista político são o poder, as elites, o Estado, as representações políticas, a sociedade civil, as políticas públicas e sociais e conceitos como democracia, cidadania, corporativismo e outros. Na UnB, o estudante aprende a teoria política clássica, moderna e contemporânea, baseada no pensamento de grandes nomes como Platão, Aristóteles, Maquiavel, Rousseau, Stuart Mill e muitos outros. Além dos clássicos, o currículo aborda também o pensamento político de autores brasileiros como Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda, Celso Furtado entre outros.

Para colocar o aprendizado em prática, os alunos contam com um convênio entre a UnB e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Por meio do acordo, eles formaram um grupo de trabalho permanente para produzir análises da realidade eleitoral brasileira. Importantes projetos de pesquisa também são desenvolvidos por alunos e professores em duas linhas de pesquisa – Estado, Política e Economia e Política Brasileira e Democracia. A primeira tem ênfase nas políticas públicas e a segunda nas questões da democracia. O IPOL tem curso de mestrado e, em breve, implementará também o doutorado.

Como na realidade - O projeto Politéia, criado por alunos e professores do Instituto de Ciência Política da UnB, em 2002, é um exemplo de como o aluno pode aprender praticando. A idéia do projeto é simular o trabalho de parlamentares nos processos de decisão. Os alunos regem comissões, apresentam propostas de alteração de leis em votação e fazem toda a representação necessária. Para participar da brincadeira, os estudantes se preparam. Lêem o regimento interno do órgão em que vão atuar, examinam as leis e estudam o perfil dos partidos políticos e de seus representantes. “Eles vivenciam o papel de grupos que constituem a política nacional e internacional”, explica Lúcia Avelar.

Inicialmente, o projeto foi realizado por alunos do curso de Ciência Política e Relações Internacionais. A idéia é amplia-lo e estender o projeto a escolas do ensino médio.



O curso que escolhi pro vestibular. Se estou feliz? Muito.

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Devaneios Encantados.