domingo, 6 de novembro de 2011
Até acontecer de meus sentimentos me conduzirem a uma só conclusão que me faz enxergar que essa sensação só aparece para que eu perceba o quanto amo ser quem sou.
Apesar do fogo, da defesa e da lerdeza, todos os dias acordo com a impressão de que a vida é um jogo de xadrez e de que eu sou peça branca. Deixam-me sair primeiro para pensar que estou com vantagem. Observo inimigo, planejo o ataque, nunca baixo a defesa. Sacrifícios são necessários, por mais profundo que me doa. Muitas vezes a vitoria vem à cavalo. A igreja protege, mas também ameaça, quando penso que vou avançar, alguém aparece e captura minha rainha.
Necessito de dor e felicidade. Tesão e rejeição. Cada movimento é um suplício,
cada decisão, uma arritmia. A respiração é involuntária, assim como o meu desejo de liberdade. Sou uma página que de tão inquieta, se soltou de um livro, mas permaneço apegada às letras surdas que se opõem às minhas ideias.
A loucura permite o sonho libertando os pensamentos mais insanos.
e mesmo que um acorde só não faça uma melodia,
é com esse som que eu acordo todo dia.
Do, Ré, Mi, Fa, a perfeição de um arranjo
a combinação perfeita das notas que ressoa
da arpa de um anjo.
Rítmos, compassos, as variações de uma batida
a minha vida é uma escala crescente
e sempre será sustenida.
E se isso não for o suficiente eu a aumento em um tom
e irá cair em um acorde diferente,
intimidando qualquer desafinado som.
Então do ''Fa'' eu pulo para o ''Sol''
e encontro a tonalidade que queria e
mesmo que seja uma simples nota,
nunca deixou de iluminar meu dia.
Expressar tudo que sinto
Eu escrevo minhas verdades
Mas confesso de vez em quase sempre, minto
Justamente por serem palavras
Que no berço da expressão
Traem nossos olhos
E até o nosso coração.
Só sou sincero quando me calo
Quando esvazio meus pulmões
Gritando ou suspirando
Sou sincero, quando digo que sou feliz.
De vez em quase sempre, minto.
terça-feira, 17 de maio de 2011
segunda-feira, 25 de abril de 2011
sábado, 23 de abril de 2011
quinta-feira, 7 de abril de 2011
domingo, 13 de março de 2011
sábado, 12 de fevereiro de 2011
(para Arnaldo Antunes)
Estrela Ruiz Leminski
do livro "Cupido: Cuspido, Escarrado"
É uma turbulência de sentimentos.
E eles tentam escapar por todos os lugares;
olhos, orelhas, mãos, boca, e ás vezes até cotuvelos. Eles insistem.
E o coração, apertado, salta; quer falar, de todo o jeito. E ele cria coragem, enfrenta, e quando vai para se manifestar.. a razão pula em sua frente: "Volta já pro teu lugar".
E ele se aquieta, pequeno, fraco, e com medo, volta pro seu cantinho.
E a razão toma conta de novo. E o cérebro concorda. E o coração sem forças para se manifestar. E os sentimentos burbulham.
E depois se aquietam e esperam o coração se recuperar.
Para mais uma vez, tentar falar.
Enquanto a razão continua comandando tudo e todos...''
Cobiço a ideia de amar uma pessoa sem nunca ter falado com ela, sem urgência de acontecimentos, e assim, uma noite de fadiga, transpiração e posições dignas de serem catalogadas não será mais demostração de afeto, e não se fará necessária. Só amor, sem precipitação deliciando cada segundo de olhar, sem medo de ser débil e sem perceber que não entra oxigênio nos pulmões por 40 segundos, e ele definitivamente não fez falta.
Anseio rabiscar o céu com meus pensamentos e ideais tão clichês, mas tão defensores da minha verdade.
Passar a palavra, todo dia, e sempre com o mesmo entusiasmo, para quem você ama, para quem precisa e para a natureza.
É ter uma sensibilidade tão grande que ouve-se o barulhinho que o movimento das nuvens faz. É ser cidadã do mundo, digno do chão que piso. Quero nunca esperar nada, mas não perder a esperança nem por um milissegundo
Sugar, tudo o possível, tudo à volta e querer mais, fazer desse seu vício, sua tara, sua perversão. Questionar e não desistir sem entender.
Desejo conseguir carregar toda a minha bagagem, mesmo a menos agradável. Acordar cedo, dormir tarde e suplicar por mais. Tendo a certeza de ser merecedora.
Apesar da hipérbole típica do meu feitio, despida, agora afirmo, quero mais, vinte e quatro horas são pouco para mim agora, quero mais, dias com infinitas horas, vida longa e sola de sapato.
70 anos de Dominguinhos!
Parabéns pelos 70 anos e toda a genialidade! Salve!
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
fugir das definições longas que expõem as minúcias das coisas,
que os fragmentos sejam somente fragmentos suspensos ao belo prazer das deduções.
Vou tentar adquirir a sutileza dos que falam a linguagem das Libras,
fazer com duas linhas um trilho,
num destino imutável dos dizeres,
Lelê Figueiredo
Nele há um doce forte perfume que se aloja em minhas entranhas,que me faz perder a razão
Que enlouquece-me de desejo
Que me faz crer que você é meu vício.
E na sua mão que agora desliza em meu corpo,eu sinto um arrepio
Eu só quero apostar no destino.''
sabendo que dentre muitos
são poucos que sabem ser
você é poesia que anda
é aquela brisinha tranquila
que mal balança os cabelos
mas que é existe o sulficiente
para arrepiar meus pêlos
longe da morte, da dor, da política
longe do falso, do medo e do clero
longe da fome, das brigas
espero
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
e por todos também fui tomada,
e, assim, todos me compreenderam,
e, igualmente, através da compreensão,
conformei-me dentro de mim mesma,
coerente e conexa,
entre partes e idéias.
Entendida não em metades
ou a pequenos intervalos,
senão no exato momento,
no instante mirado,
entendida por completo''
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
sábado, 8 de janeiro de 2011
Aturdir toda a desmedia medida leviana, tecer verdades em chistes e sussurros ao pé do ouvido...Descortinar tuas incertezas enterradas ao alvorecer soturno...
Paisagem em deleite das melhores objetivas.
sábado, 1 de janeiro de 2011
Quando te vi
Havia juízo.
Havia paz.
Havia calma.
De repente, vieram tuas mãos.
Que me tocaram com suavidade
De brisa, calor de vulcão, doçura
E quando me envolvestes
Em teus braços leves
Aprisionaste-me por inteiro.
Eram teus, corpo e espírito.
Eram teus olhos
Era teu corpo
Quando te despi
Não havia juízo
Não havia paz
Não havia calma.
Havia tua boca orvalhada me tomando o suor
E meu corpo todo se rendia ao teu beijo.
Os lábios macios me tocando sem tocar
Você, buscando em mim tudo de mim.
Gemidos surdos sem testemunhas.
Mesmo na escuridão, via teus olhos
Enquanto mordia cada centímetro
Do teu corpo, tua carícia era mais intensa.
E tu abriste as portas dos teus maiores
Mistérios. E ao me guiar gentilmente
Me perdi.
Êxtase, loucura, fogo imortal
Parecias querer-me tirar tudo.
Nossos suores mesclavam-se numa alquimia
Maliciosa, cálida, intensa...
Juízo
Paz
Calma.