terça-feira, 28 de dezembro de 2010
sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
Monsieur Binot
Também no ar é que a gente encontra o som
E num som se pode viajar
E aproveitar tudo o que é bom
Bom é não fumar
Beber só pelo paladar
Comer de tudo que for bem natural
E só fazer muito amor
Que amor não faz mal
Então, olha aí, monsieur Binot
Melhor ainda é o barato interior
O que dá maior satisfação
É a cabeça da gente, a plenitude da mente
A claridade da razão
E o resto nunca se espera
O resto é próxima esfera
O resto é outra encarnação
Essas meninas...
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
Livre do desassossego
Sem Mais
palavras minhas
versos simples
coisas fúteis
Sem mais
falar de mim
homem bicho
coração mal
homem ruim
falando de bem
falando de quem?
vontade de gritar
com lápis na mão
brinco de ser dor
Sem me entregar
Sem teatro
Sem luzes
Sem mais
Festival Phono 73
sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
Abaixo-assinado contra o aumento nos salários do presidente da República, ministros e parlamentares.
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
Flores Murchas - Patativa do Assaré
Depois do nosso desejado enlace Ela dizia, cheia de carinho, Toda ternura a segredar baixinho: — Deixa, querido, que eu te beije a face!
Ah! se esta vida nunca mais passasse! Só vejo rosas, sem um só espinho; Que bela aurora surge em nosso ninho! Que lindo sonho no meu peito nasce!
E hoje, a coitada, sem falar de amor, Em vez daquele natural vigor, Sofre do tempo o mais cruel carimbo.
E assim vivendo, de mazelas cheia, Em vez de beijo, sempre me aperreia Pedindo fumo para o seu cachimbo. |
Pintura de dupla exposição
Pakayla Biehn é uma pintora fotorrealista com uma peculiaridade interessante: suas obras não reproduzem a estética fotografias comuns, mas sim a de imagens com efeito de dupla exposição.
Munida de tinta à óleo e acrílica, além de uma boa dose de talento, a artista reproduz em suas telas esse instigante efeito fotográfico, alcançado pela exposição de um negativo duas vezes. Não por acaso, a série de pinturas leva o nome de Double Exposure.
/por Zupi
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
Parte I
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
De manhã cedinho
Lá na galha do arvoredo
Na beira do rio
Bate as asas, passarinho
Que eu quero voar
Bate as asas, passarinho
Que eu quero voar
Me leva na janela da menina
Que eu quero amar
Me leva na janela dela
Que eu quero espiar
Me leva na janela da menina
Que eu quero cantar
Cantar como um passarinho
De manhã cedinho
Lá na galha do arvoredo
Na beira do rio''
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
Independe
Não penso
Nem vou atrás
Sigo na frente
Tocando meu próprio barco
Fazendo minha própria festa
Sempre aberta
Quem quiser que venha
Recebo com sorrisos
Gosto do perigo
Que venha o desconhecido não vivido
Ando sempre suscetível, preparada
Não é por experiência
Talvez, sobrevivência
Mas olhando o céu azul de maio
Nessa vida, meu amigo
É tudo recompensa.
Grã-Ordem Kavernista
Quero ir
Quero um pouco
Espera
Quero ir
Pela primavera
Quero ir
Seu pensar já era
Quero ir
Quero quero quero
Quero quero quero
Quero ir
O sol daqui é pouco
O ar é quase nada
A rua não tem fim
Eu volto prá Bahia
Ou para Cachoeiro de Itapemirim
Pelos Olhos
Hilda Hilst
Olha-me de novo. Porque esta noite
Olhei-me a mim, como se tu me olhasses.
E era como se a água
Desejasse
Escapar de sua casa que é o rio
E deslizando apenas, nem tocar a margem.
Te olhei. E há tanto tempo
Entendo que sou terra. Há tanto tempo
Espero
Que o teu corpo de água mais fraterno
Se estenda sobre o meu. Pastor e nauta
Olha-me de novo. Com menos altivez.
E mais atento.
domingo, 12 de dezembro de 2010
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
Sempre à meia luz
E te farei, vaidoso, supor
Que é o maior e que me possuis''
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
Ser solteiro por Andre Nwmann
Voluntariamente surdo
Num dia, a maior felicidade do mundo,
no outro, as piores duvidas.
Cada momento continua sendo o maior
e mais intenso de todos.
Calem-se todos. Que cada som silencie
Hoje eu quero o silencio profundo
quero o descanso do sono pesado.
No momento não me interessam os sábios,
nem os imbecis.
Agora quero apenas o canto do mudo.
Hoje sou voluntariamente surdo.