''MEU SER VIVE NA NOITE E NO DESEJO. MINHA ALMA É UMA LEMBRANÇA QUE HÁ EM MIM''

terça-feira, 11 de maio de 2010

Melhor ser culpado que um vil inocente.

É corajoso ter culpa sobre a vida. Saber que minhas ações, pensadas ou não, moveram acontecimentos.

Melhor assim, acumular culpas. Pois ser vítima é passividade, embora isso seja muitas vezes inevitável.
Porque eu errei, eu causei, eu quis. Ou porque eu evitei, eu não resisti, não me importei, esqueci.

Todos somos culpados na vida e muitos nos arrependemos. Porém a culpa é única, indivizível. Arrependimento não vale a pena.

Entretanto, assumir culpas é me assumir. Isso facilita o processo do autoconhecimento. É não apenas aceitar, mas entregar-me a mim mesma. É ser irremediavelmente culpada de o que sou.

Mais do que feita de erros e acertos, sou radicalmente culpada de minhas buscas. Eu me culpo por elas e me culpo por ser culpada.

Culpa, neste caso, não é um fardo. Ela torna-se um peso nas costas quando é repelida, no entanto não há como nos afastarmos dela. Quando se é culpada de algo, o é para sempre. O destino, o passo seguinte e, por consequência, todos os próximos rumos, são atingidos por isso.

Quando enxergamos o livre-arbítrio sobre as atitudes, tudo é facilitado. Os riscos tornam-se claros, assim como as consequências. Torna-se lúcido o caminho.

Sempre vai surgir uma culpa ou outra que não seja esperada. Algo para o qual não me sinta preparada. Esses são os momentos de prova nos quais deve-se ter apenas a certeza de que, em algum momento, o que quer que seja será superado e agregado à vida. Sempre haverá um lugar; tudo se acomoda.

Eu sou a favor das culpas. Sou eternamente responsável pelas minhas culpas verdes, azuis, vermelhas... essas que transparecem a vida.

A inocência, meu caro, é leitosa demais .

MARINA B.

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