''MEU SER VIVE NA NOITE E NO DESEJO. MINHA ALMA É UMA LEMBRANÇA QUE HÁ EM MIM''

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Doces Bárbaros


“Alto astral, altas transas, lindas canções Nossos planos são muito bons.”



Em 1976, Maria Bethânia reuniu os amigos Gilberto Gil, Caetano Veloso e Gal Costa e juntos formaram um dos grupos musicais mais importantes da cena brasileira: os Doces Bárbaros. A idéia era comemorar os dez anos de carreira solo que cada um deles completaria naquele mesmo ano.



Vistos como invasores que tocavam música hippie/tropicalista os Doces Bárbaros não pode ser chamado de um grupo, mas sim de uma celebração à brasilidade, à baianidade, ao afroaxé, ao naturalismo, à liberdade e à música. Com “roupas coloridas, cenários quase circenses, sombras chinesas, canções inéditas, algazarra estética e irmandade musical.” (Eduardo Logullo), o espetáculo trazia canções composta por Gilberto Gil e Caetano Veloso e também uma de Milton Nascimento (Fé cega, faca amolada) e outra de Milton Nascimento (Atiraste uma pedra).

“Assistir ao filme Os Doces Bárbaros é quase um mergulho de volta aos anos 70. Impressiona a capacidade de improviso, que vai desde o figurino, criado pelos próprios artistas, à presença no palco. Há momentos dramaticamente intensos, mesmo para quem não aprecie a música, propriamente. A câmera de Jom Tob Azulay, completamente encantada com a performance de Maria Bethânia na canção Um Índio é um destes instantâneos.”



“O filme possui um ar de urgência e vida, que reflete o momento transbordante, do ponto de vista artístico e experimentalista, que viveram Caetano, Gil, Gal Costa e Maria Bethânia, naquele ano de 1976. As falas gravadas pelo diretor mostram a ansiedade por entrar em cena, o tom de desafio que os artistas mantêm o tempo inteiro e um prazer de estar juntos, como talvez só um fã poderia registrar''.


Fonte

domingo, 30 de maio de 2010

Chorinho.

Além de ser genuinamente brasileiro, é uma das coisas mais lindas e emocionantes do mundo.








sexta-feira, 28 de maio de 2010



18/05-terça-feira
Bagagem Cia. De Bonecos – “Circo Mulambo” às 10h e às 15h.

19/05-quarta
Bagagem Cia. De Bonecos – “Varal de Bonecos” às 10h e às 15h.

20/05-quinta-feira
Bagagem Cia. De Bonecos – “As aventuras do Capitão Catapimba” às 10h e às 15h.

21/05 sexta-feira
Bagagem Cia. De Bonecos -“A descoberta de Cabral” às 10h e às 15h.
Mamulengo Presepada- “Mateus o último homem da cobra” às 20h. (espetáculo para Adultos)

22/05 sábado
Contadora de estórias – Lilian Corgozinho às 10h.
Circo e teatro Artetude-“Circo dos Irmãos saúde” às 18hs
Azimute companhia de máscaras cômicas-“Com o diabo no corpo de Leonardo Braga às 20h. (espetáculo para Adultos)

23/05 domingo
“As caixeiras” às 18h.
“Música e poesia“ com Carlinhos Piauí e Ivan Matos às 20h. (espetáculo para Adultos)

25/05 terça-feira
Baú de contadores-“Tumba La Catumba” às 10h.
Cia. Artcum-“O boi Jatobá” às 15h.

26/05 quarta-feira
Cia. Pilombetagem-“Benedito e o boi Pintadinho” às 10h
Circo Boa Vontade-“Hoje tem Espetáculo” às 15h.

27/05 quinta-feira
Núcleo Otelo-“Cangaia às 10h.
Cia. Jorge Crespo-“Inventos alegres do Vovô” às 15h.

28/05 sexta-feira
Cia. Daqui-“Daqui, dali dacolá” às 10h.
Cia. Titeritar-“Pedro e o lobo” às 15h.
Grupo recorte-“ladrão de mim” às 20h. (espetáculo para Adultos)

29/05 Sábado
Contadora de estórias-“Lilian Corgozinho às 10h.
Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro às 18h.
Cláudio Falcão-“As pérolas de Berenice” às 20h. (espetáculo para Adultos)

* Espaço cultural fica na quadra 40 do setor Central do Gama.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

sábado, 22 de maio de 2010


O meu desejo íntimo da alma é o que mais quer sair de mim, e é o mais criticado.

Tua voz rouca dizendo bom dia, não me arrepia mais.
Te olhar de longe e me sentir tão perto, quase dentro, não me satisfaz.
Teu corpo leve, dançando de vestido, não me tira o ar.
Estou indo embora, guarde contigo minha viola que eu não volto mais!
Larissa Minghin
Sabe o que eu quero?
Uma noite fresca, um céu estrelado, a Lua cheia...
Meu amor, cheiro de rosas e jasmim, um abraço...
Um círculo de amigos, violão e poesia, vodka...
Emoções boêmias...
A vida pura em versos, em prosa,
Tomada a goladas amargas e embriagadoras.
"Quero descobrir
Teu corpo, teu suor
Percorrendo, correndo
Sem pressa os instintos.
Deixar mãos
Colarem pernas
Marcarem seios
Rasgarem bocas.
Quero tua descoberta
Feita em meu corpo
Na luxúria nossa de cada dia."

segunda-feira, 17 de maio de 2010

domingo, 16 de maio de 2010

Tupi or not tupi ?

Desenho feito por mim.


''Varrer os quartos da observação. Limpar o pó das ideias simples...Eis a minha vida, verso a verso''.

sábado, 15 de maio de 2010

Tergiversações de alma desocupada.


Louca cabeça que pensa/baila
em outra dimensão
louco pensar que pensa
tensa a mente
em um mundo vegetal
líquido, limpo e respirável.

Doido povo/polvo sem ânima
que anima o mal em projetos explosivos
guerreiros apocalipticos e bestiais
geniais e requintados assassinos
blim blão tocam os sinos
anunciando o fim de outra era.

porém há loucos que, tensamente,
sonham com outra dimensão
onde a paz seja dominante
o alimento, derivado vegetal
o ar, plenamente respirável
e o homem novamente
animal.

(José Jorge)

Escrito pelo meu pai.
Link para o blog dele aqui.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

O que me deixa plena
é receber um parabéns
e um obrigado
pelo meu sorriso
notado
Uma plenitude que renova,
justifica e transforma
o brilho aqui de dentro.

Alexandra

(Des)Concerto

Detalhes da minha primeira experiência com colagem.








Eu

Tento falar o que penso
Todo o ser que tenta, tem no fundo, algum tormento
Tormento para não se fazer mudo
Tormento desse mundo surdo
Tormento que sai agudo e me rasga, rasga o mundo
Tormento que depois de falado, torna-se tudo.



quinta-feira, 13 de maio de 2010

REPENTE

Na repente dos beijos,
lascivos;
dos abraços,
totais;
dos prazeres,
doces;
das lágrimas,
rimadas;
dos olhares,
instintivos;
De nós
Antropofágicos.


Mudar

Hoje é dia de comprovar que o tempo de mudar é o sempre. Mostrar a si que sempre há tempo, saída, adaptações...

Hoje não é dia de dureza. É dia de esquecer, voar, respirar!!!!!

Assim vou vivendo... Mudando de viva, trocando de pele. Nascendo, morrendo e nascendo de novo. Sempre crescendo e desenvolvendo.
É a busca eterna pela felicidade profunda. É a renovação...

Mas o processo de morrer e nascer é longo, complexo, perigoso.
Por isso hoje é dia de começar o tempo de experimentações.
Sempre podemos trocar de livro, de humor, de momentos, de idéia, de ordem, de si mesma... de tática!!
Pra chegar na plenitude de ir sorririndo, vivendo... uma vida azul.

Já fiz isso tantas vezes... mas a memória é curta.



Quando você for convidado pra subir no adro da Fundação Casa de Jorge Amado
Pra ver do alto a fila de soldados, quase todos pretos
Dando porrada na nuca de malandros pretos
De ladrões mulatos
E outros quase brancos
Tratados como pretos
Só pra mostrar aos outros quase pretos
(E são quase todos pretos)
E aos quase brancos pobres como pretos
Como é que pretos, pobres e mulatos
E quase brancos quase pretos de tão pobres são tratados
E não importa se olhos do mundo inteiro possam estar por um momento voltados para o largo
Onde os escravos eram castigados
E hoje um batuque, um batuque com a pureza de meninos uniformizados
De escola secundária em dia de parada
E a grandeza épica de um povo em formação
Nos atrai, nos deslumbra e estimula
Não importa nada
Nem o traço do sobrado, nem a lente do Fantástico
Nem o disco de Paul Simon
Ninguém
Ninguém é cidadão
Se você for ver a festa do Pelô
E se você não for
Pense no Haiti
Reze pelo Haiti
O Haiti é aqui
O Haiti não é aqui
E na TV se você vir um deputado em pânico
Mal dissimulado
Diante de qualquer, mas qualquer mesmo
Qualquer qualquer
Plano de educação
Que pareça fácil
Que pareça fácil e rápido
E vá representar uma ameaça de democratização do ensino de primeiro grau
E se esse mesmo deputado defender a adoção da pena capital
E o venerável cardeal disser que vê tanto espírito no feto
E nenhum no marginal
E se, ao furar o sinal, o velho sinal vermelho habitual
Notar um homem mijando na esquina da rua sobre um saco brilhante de lixo do Leblon
E quando ouvir o silêncio sorridente de São Paulo diante da chacina
111 presos indefesos
Mas presos são quase todos pretos
Ou quase pretos
Ou quase brancos quase pretos de tão pobres
E pobres são como podres
E todos sabem como se tratam os pretos
E quando você for dar uma volta no Caribe
E quando for trepar sem camisinha
E apresentar sua participação inteligente no bloqueio a Cuba
Pense no Haiti
Reze pelo Haiti

terça-feira, 11 de maio de 2010

Melhor ser culpado que um vil inocente.

É corajoso ter culpa sobre a vida. Saber que minhas ações, pensadas ou não, moveram acontecimentos.

Melhor assim, acumular culpas. Pois ser vítima é passividade, embora isso seja muitas vezes inevitável.
Porque eu errei, eu causei, eu quis. Ou porque eu evitei, eu não resisti, não me importei, esqueci.

Todos somos culpados na vida e muitos nos arrependemos. Porém a culpa é única, indivizível. Arrependimento não vale a pena.

Entretanto, assumir culpas é me assumir. Isso facilita o processo do autoconhecimento. É não apenas aceitar, mas entregar-me a mim mesma. É ser irremediavelmente culpada de o que sou.

Mais do que feita de erros e acertos, sou radicalmente culpada de minhas buscas. Eu me culpo por elas e me culpo por ser culpada.

Culpa, neste caso, não é um fardo. Ela torna-se um peso nas costas quando é repelida, no entanto não há como nos afastarmos dela. Quando se é culpada de algo, o é para sempre. O destino, o passo seguinte e, por consequência, todos os próximos rumos, são atingidos por isso.

Quando enxergamos o livre-arbítrio sobre as atitudes, tudo é facilitado. Os riscos tornam-se claros, assim como as consequências. Torna-se lúcido o caminho.

Sempre vai surgir uma culpa ou outra que não seja esperada. Algo para o qual não me sinta preparada. Esses são os momentos de prova nos quais deve-se ter apenas a certeza de que, em algum momento, o que quer que seja será superado e agregado à vida. Sempre haverá um lugar; tudo se acomoda.

Eu sou a favor das culpas. Sou eternamente responsável pelas minhas culpas verdes, azuis, vermelhas... essas que transparecem a vida.

A inocência, meu caro, é leitosa demais .

MARINA B.

CAIO F. EM TRECHOS,

"Todos me dizem que sou demais precipitado, que coloco em palavras todo o meu processo mental e que isso assusta as pessoas, e que é preciso disfarçar, jogar, esconder, mentir. Eu não queria que fosse assim. Eu queria que tudo fosse muito mais limpo e muito mais claro"

"Não conseguia compreender como conseguira penetrar naquilo sem ter consciência e sem o menor policiamento: logo eu, que confiava nos meus processos, e que dizia sempre saber de tudo quanto fazia ou dizia. A vida era lenta e eu podia comandá-la. Essa crença fácil tinha me alimentado até o momento em que, deitado ali, no meio da manhã sem sol, olhos fixos no teto claro, suportava um cigarro na mão direita e uma ausência na mão esquerda. Seria sem sentido chorar, então chorei enquanto a chuva caía porque estava tão sozinho que o melhor a ser feito era qualquer coisa sem sentido. Durante algum tempo fiz coisas antigas como chorar e sentir saudade da maneira mais humana possível: fiz coisas antigas e humanas como se elas me solucionassem. Não solucionaram"

"Melhor do que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido.Eu prefiro viver a ilusão do quase, quando estou "quase" certa que desistindo naquele momento vou levar comigo uma coisa bonita. Quando eu "quase" tenho certeza que insistir naquilo vai me fazer sofrer, que insistir em algo ou alguém pode não terminar da melhor maneira, que pode não ser do jeito que eu queria que fosse, eu jogo tudo pro alto, sem arrependimentos futuros! Eu prefiro viver com a incerteza de poder ter dado certo, que com a certeza de ter acabado em dor."

"Mas de tudo isso, me ficaram coisas tão boas... Uma lembrança boa de você, uma vontade de cuidar melhor de mim, de ser melhor para mim e para os outros. De não morrer, de não sufocar, de continuar sentindo encantamento por alguma outra pessoa que o futuro trará, porque sempre traz, e então não repetir nenhum comportamento. Ser novo."

Um olhar sobre o Estado

Um profissional capaz de criticar injustiças sociais e propor soluções políticas em um mundo onde alguns poucos têm privilégios e outros muitos vivem em condições subumanas. É assim que a professora do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB) Lúcia Avelar define o cientista político. Para ela, o profissional é capacitado a pensar a sociedade e as relações de poder nela existentes. “Fatores intelectuais, morais e de justiça, se entrelaçam na definição desta carreira”, afirma. Foi com o espírito de transformar o mundo que o estudante João Francisco Araújo Maria optou pela carreira. Araújo quer entender como funciona a sociedade e modificar o que considera errado. “A política é uma das principais esferas para mudar a sociedade”, revela.

Muitas pessoas dizem não gostar de política. A ciência, no entanto, permeia todas as relações humanas sociais. Fazer política é encontrar a melhor forma de garantir os direitos e deveres dos cidadãos, levando em conta as diferenças entre os indivíduos e os interesses de cada um. “Por isso, quem deseja entrar no curso deve gostar de ler, interessar-se em ciências humanísticas e, sobretudo, gostar de política”, reconhece Lúcia.

Como cientista político você pode:

  • Trabalhar em assessorias de políticos, de partidos, sindicatos, organizações não-governamentais (ONGs);
  • Trabalhar em assessoria parlamentar de vereadores, deputados e senadores;
  • Trabalhar como analista político;
  • Produzir dados eleitorais, atuando em instituto de pesquisa;
  • Trabalhar com marketing político em campanhas eleitorais;
  • Ser gestor do governo, concebendo, implementando e avaliando as políticas públicas de diversas áreas do governo.

A UnB é a única universidade pública do país que oferece o curso de Ciência Política. Nas demais, o estudante entra no curso de Ciências Sociais e, ao se formar, faz mestrado ou doutorado na área da política. Além disso, a proximidade com o poder público é outro diferencial da UnB. Pode-se unir a teoria e a prática mais facilmente. Araújo ressalta que, por estar próximo das instituições representativas do poder federal, o estudante da UnB tem fácil a acesso a relevantes materiais de pesquisa. “Para saber sobre qualquer assunto relacionado aos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário é só ir aos ministérios e tribunais, que estão logo ali”, conta.

Os principais campos de análise do cientista político são o poder, as elites, o Estado, as representações políticas, a sociedade civil, as políticas públicas e sociais e conceitos como democracia, cidadania, corporativismo e outros. Na UnB, o estudante aprende a teoria política clássica, moderna e contemporânea, baseada no pensamento de grandes nomes como Platão, Aristóteles, Maquiavel, Rousseau, Stuart Mill e muitos outros. Além dos clássicos, o currículo aborda também o pensamento político de autores brasileiros como Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda, Celso Furtado entre outros.

Para colocar o aprendizado em prática, os alunos contam com um convênio entre a UnB e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Por meio do acordo, eles formaram um grupo de trabalho permanente para produzir análises da realidade eleitoral brasileira. Importantes projetos de pesquisa também são desenvolvidos por alunos e professores em duas linhas de pesquisa – Estado, Política e Economia e Política Brasileira e Democracia. A primeira tem ênfase nas políticas públicas e a segunda nas questões da democracia. O IPOL tem curso de mestrado e, em breve, implementará também o doutorado.

Como na realidade - O projeto Politéia, criado por alunos e professores do Instituto de Ciência Política da UnB, em 2002, é um exemplo de como o aluno pode aprender praticando. A idéia do projeto é simular o trabalho de parlamentares nos processos de decisão. Os alunos regem comissões, apresentam propostas de alteração de leis em votação e fazem toda a representação necessária. Para participar da brincadeira, os estudantes se preparam. Lêem o regimento interno do órgão em que vão atuar, examinam as leis e estudam o perfil dos partidos políticos e de seus representantes. “Eles vivenciam o papel de grupos que constituem a política nacional e internacional”, explica Lúcia Avelar.

Inicialmente, o projeto foi realizado por alunos do curso de Ciência Política e Relações Internacionais. A idéia é amplia-lo e estender o projeto a escolas do ensino médio.



O curso que escolhi pro vestibular. Se estou feliz? Muito.

segunda-feira, 10 de maio de 2010


Um livro de poesia na gaveta não adianta nada
Lugar de poesia na calçada
Lugar de quadro é na exposição
Lugar de música é no rádio
Ator se vê no palco e na televisão
O peixe é no mar
Lugar de samba enredo é no asfalto
Lugar de samba enredo é no asfalto
Aonde vai o pé arrasta o salto,
Lugar de samba enredo é no asfato
Aonde a pé vai se gasta a sola
Lugar de samba enredo é na escola

Sérgio Sampaio



FÁBRICA DE FACES (GUILHERME KRAMER)

Sobre o futuro

Uma coisa hoje me deixou bastante incomodada e pensativa.
O que foi não vem ao caso, mas me fez pensar muito nas decisões que ando tomando. Hoje começam as inscrições do vestibular. O novo sistema avaliativo ,a mudança de prédio, os milhares de donos que a escola agora tem, o cansaço e a insatisfação dos professores. Tudo isso reflete na nossa aprendizagem e conseqüentemente, nos desempenho dos alunos no vestibular. Não temos tempo para nada, é tarefa atrás de tarefa, trabalhos, provas, provas, cobrança, mais provas, aulas à tarde em um calor terrível...Todos os dias temos materia nova.
A possibilidade de uma aprovação no meio do ano letivo existia até um mês atrás, mas hoje, visitando o site do Cespe/Unb, vi que eles publicaram um boletim informativo que dizia o seguinte:

''Estudantes que ainda não concluíram o ensino médio, mas que desejam testar seus conhecimentos, também poderão se inscrever como treineiros. Eles receberão espelho individual de desempenho, com escore bruto, mas seus resultados não valerão para ingresso na instituição''.


Havia saído hà umas semanas, um boletim dizendo quase a mesma coisa, mas nada confirmado ainda...Mas agora, parece que não tem jeito.
A tortura, o cansaço e a bateria de estudos permanecerão até o final do ano.
O jeito é ir pensando nos amigos e em algumas coisas que, de uma forma ou de outra, nos estimulam a continuar...
É o povo na arte
É arte no povo
E não o povo na arte
De quem faz arte com o povo



domingo, 9 de maio de 2010

"Eu quero dizer
Agora, o oposto do que eu disse antes
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante

Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
"

Alexandra M
"Dar é dar.
Fazer amor é lindo, é sublime, é encantador, é esplêndido.
Mas dar é bom pra cacete.
Dar é aquela coisa que alguém te puxa os cabelos da nuca...
Te chama de nomes que eu não escreveria...
Não te vira com delicadeza...
Não sente vergonha de ritmos animais. Dar é bom.
Melhor do que dar, só dar por dar.
Dar sem querer casar....
Sem querer apresentar pra mãe...
Sem querer dar o primeiro abraço no Ano Novo.
Dar porque o cara te esquenta a coluna vertebral...
Te amolece o gingado...
Te molha o instinto.
Dar porque a vida é estressante e dar relaxa.
Dar porque se você não der para ele hoje, vai dar amanhã, ou depois de amanhã.
Tem pessoas que você vai acabar dando, não tem jeito.
Dar sem esperar ouvir promessas, sem esperar ouvir carinhos, sem
esperar ouvir futuro.
Dar é bom, na hora.
Durante um mês.
Para os mais desavisados, talvez anos.

Mas dar é dar demais e ficar vazio.
Dar é não ganhar.
É não ganhar um eu te amo baixinho perdido no meio do escuro.
É não ganhar uma mão no ombro quando o caos da cidade parece querer te abduzir.
É não ter alguém pra querer casar, para apresentar pra mãe, pra dar
o primeiro abraço de Ano Novo e pra falar:
"Que que cê acha amor?".
É não ter companhia garantida para viajar.
É não ter para quem ligar quando recebe uma boa notícia.
Dar é não querer dormir encaixadinho...
É não ter alguém para ouvir seus dengos...
Mas dar é inevitável, dê mesmo, dê sempre, dê muito.

Mas dê mais ainda, muito mais do que qualquer coisa, uma chance ao amor.
Esse sim é o maior tesão.
Esse sim relaxa, cura o mau humor, ameniza todas as crises e faz você flutuar

Experimente ser amado"...


Luís Fernando Veríssimo

SOLTAR


Verbalizar?
Não, prefiro ficar com os sorrisos
discretos, descarados, desavergonhados
sentir sair os risos por entre os dentes
no intervalo de macias mordidas.
Eu prefiro acontecer
e conhecer
e passar e ir
e só ser
quase sem querer
mas gostando


Construção


Chico Buarque


Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego
Amou daquela vez como se fosse o último
Beijou sua mulher como se fosse a única
E cada filho seu como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado
Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público
Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contra-mão atrapalhando o sábado
Por esse pão pra comer, por esse chão prá dormir
A certidão pra nascer e a concessão pra sorrir
Por me deixar respirar, por me deixar existir,
Deus lhe pague
Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir
Pela fumaça e a desgraça, que a gente tem que tossir
Pelos andaimes pingentes que a gente tem que cair,
Deus lhe pague
Pela mulher carpideira pra nos louvar e cuspir
E pelas moscas bicheiras a nos beijar e cobrir
E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir,
Deus lhe pague
"(...) não perdi a ingenuidade.
É um vício necessário. Talvez o que faço melhor. Fico pronto para me despedaçar.

Não estou sozinho. Recebo companhia a cada minuto na nau dos insensatos.
No amor, em algum momento, você terá que ser ingênuo e acreditar. Terá que largar uma vida, refazer sua vida. Terá que abandonar a filosofia pessimista, a inteligência solteira do botequim e se declarar apaixonado. Terá que ser incoerente, contradizer fundamentos inegociáveis. Terá que rasgar a certidão negativa, a proteção bancária, os manifestos de aversão ao casamento e filhos.
Não dá para ser esperto sempre. Não dá para ser experiente sempre. Don Juan e Casanova também se quebraram. Napoleão e César também foram derrotados na intimidade. A ingenuidade é um poder terapêutico. Nada pode ser mais traumático e mais libertador dos costumes. É um instante definitivo e raro no relacionamento. Quando confiamos que será diferente, que somos eleitos por uma constelação de símbolos e casualidades, quando desistimos das armas e das reservas para se apresentar absolutamente disponível e vulnerável. Não há mentiras e formalidades, frases espirituosas e comentários sarcásticos. Há apenas uma burrice infindável, o beiço e a intenção de se entregar para uma mulher seja como for.
Pena que a ingenuidade tem que acabar mal. Caso contrário, não era ingenuidade, era sabedoria".
[Fabrício Carpinejar ]

Os escritores mais amados são aqueles que falam pela gente.
Escutando o último álbum lançado pela Nação Zumbi novamente, (a música entitulada 'Bossa Nostra', para ser mais específica) fui prestar mais atenção aos detalhes de certas letras e comecei a pensar sobre o que eles significavam e se realmente tinham fundamento e sentido. O que me chamou atenção, consequentemente por eu não saber, foi esse trecho :

'' Ninguém quer saber
O gosto do sangue
Mas o vermelho
Ainda é a cor que incita a fome ''


Diante disso, fui pesquisas textos que falavam à respeito e encontrei um falando sobre a psicologia das cores e como eles influenciam inconscientemente em algumas das nossas ações ou vontades e resolvi postar aqui no blog. Leiam:

''As cores influenciam psicológicamente os seres humanos de várias maneiras, e são mais ligadas à emoção do que propriamente à forma. Se várias figuras coloridas forem mostradas a um grupo de pessoas, essas pessoas se lembrarão mais facilmente das cores do que das formas dessas figuras.

Quando escolhemos uma cor para elaborarmos nossos trabalhos, sejam trabalhos de design, ilustração, anúncios ou qualquer outro tipo de trabalho visual, devemos ter em mente que estamos lidando com um elemento de estímulo imediato, e que essa cor escolhida provocará diversas reações em seus observadores, reações essas que podem ser positivas ou negativas, dependendo da sua utilização.

Por isso, é extremamente importante estarmos atentos à psicologia das cores e seus significados, para melhor aplicarmos essas cores em nossos trabalhos. É imprescindível que qualquer pessoa que trabalhe com comunicação conheça as terias básicas da cor, para saber como estas se complementam e interagem umas com as outras.

É realmente muito interessante, verificar como a psicologia das cores são utilizadas atualmente, principalmente pelas grandes empresas. Marcas conhecidas mundialmente, fazem uso constante deste conhecimento para chamar a atenção, ou simplesmente, vender mais seus produtos.

Empresas como a Coca-Cola, que utiliza o vermelho na maior parte de seus produtos, remetendo ao calor, mas este calor sendo "quebrado" pelo frescor que representam as bolhas d'àgua desenhadas nas latas. Também o caso do Mc'Donalds, com as cores amarelo e vermelho. O amarelo forte é usado para gerar ansiedade, o vermelho para dar fome e os dois juntos, presente em grande quantidade dentro das lanchonetes desta empresa, estimulam seus clientes a comerem em demasia e rapidamente, pois a presença destas cores geram um certo desconforto se visualizadas por muito tempo.

Abaixo, um resumo com o significado de algumas cores:

- Branco:
Sugere pureza. Cria uma impressão de vazio e de infinito. Evoca frescor e limpeza, principalmente quando combinado com o azul.
Ex: Ordem, simplicidade, luz, paz, higiene, casamento, hospital, neve, harmonia.

- Preto:
Silêncio. Morte. Quando brilhante, confere nobreza, distinção e elegância. Cor preponderantemente masculina.
Ex: Noite, nobreza, pessimismo, tristeza, dor.

- Cinza:
É a expressão de um estado de alma duvidosa e neutra. Símbolo da indecisão e da ausência de energia. Quanto mais sombrio, mais conota desânimo, monotonia.
Ex: Chuva, máquinas, seriedade, velhice, desânimo, sabedoria.

- Vermelho:
Significa força, virilidade, masculinidade, dinamismo. É uma cor exaltante e até enervante. Impõe-se sem discrição. É uma cor essencialmente quente, transbordante de vida e de agitação.
Ex: Cereja, morango, sangue, desejo, sexo, agressividade, fogo, fome, perigo, guerra, força, energia, fúria, dinamismo, paixão.

- Laranja:
Transborda irradiação e expansão. É acolhedor, quente, íntimo.
Ex: Outono, pôr-do-sol, festa, comida, movimento.

- Amarelo:
É uma cor luminosa e muito forte para atrair a atenção, seja sozinho ou em conjunto com outras cores. É feliz, vibrante, vivo.
Ex: Luz, angústia, esperança, atenção.

- Verde:
Cor universal da natureza. Tem frescor, harmonia e equilíbrio. Cor calma, que não se dirige para nenhuma direção nem encerra algum elemento de alegria, tristeza ou paixão. O verde mais amarelado sugere uma força ativa, um aspecto ensolarado. O verde, seja em tons mais claros ou escuros, é sempre indiferente e calmo.
Ex:Floresta, natureza, bem estar, tranqüilidade, juventude, umidade, saúde, tapete de jogos.

- Azul:
Cor profunda, calma. Preferida por adultos, marca uma certa maturidade. Quando sombrio, o azul chama ao infinito. Mais claro, provoca uma sensação de frescura e higiene, principalmente quando na presença de branco.
Ex: Frio, céu, mar, tranqüilidade, paz, infinito, meditação, credibilidade.

- Roxo:
Equivale a um pensamento meditativo e místico, mistério. Assim como o preto, remete a nobreza e poder.
Ex: Sonho, mistério, egoísmo, nobreza, fantasia, profundidade, doença.

- Marrom:
Emana a impressão de algo maciço, denso, compacto. Sugere segurança e solidez.
Ex: Terra, outono, chocolate.

- Rosa:
É de pouca vitalidade e sugere feminilidade e afeição. É uma cor íntima, de doçura melosa e romântica.
Ex: Feminilidade, delicadeza''

Fabrício Alves

Como conclusão, tiro que o vermelho é a cor perfeita para mim.

Passeia, ilesa
Desliza na correnteza
É isca, e fisga
Sinuosa e sorrateira
É corda, de roda
Armadilha mandingueira
É flecha e cega
O coração quando acerta
É fria e brilha
Faz com o olhar se perca

Tua beleza, esplendor da natureza
Tudo despreza
E não vale o quanto pesa

Passeia, ilesa
Desliza na correnteza
É isca
Sinuosa e sorrateira
É corda, de roda
Armadilha mandingueira
É flecha e cega
O coração quando acerta
É fria e brilha
Faz com o olhar se perca

Embassa, a minha bossa
Embala a minha fossa

É fria e brilha
Faz com o olhar se perca

Letra: Iara Rennó

Mulheres: gostava das cores de suas roupas; do jeito delas andarem; da crueldade de certas caras. Vez por outra, via um rosto de beleza quase pura, total e completamente feminina. Elas levavam vantagem sobre a gente: planejavam melhor as coisas, eram mais organizadas. Enquanto os homens viam futebol, tomavam cerveja ou jogavam boliche, elas, as mulheres, pensavam na gente, concentradas, estudiosas, decididas: a nos aceitar, a nos descartar, a nos trocar, a nos matar ou simplesmente a nos abandonar. No fim das contas, pouco importava; seja lá o que decidissem, a gente acabava mesmo na solidão e na loucura.

Charles Bukowski

sábado, 8 de maio de 2010

Absinto

Tenho sede
bebo tua ausência
sorvo este líquido
de gosto acentuado
mergulho neste torpor
inebriados pensamentos
eu e a fada verde
para matar esta sede
que agora sinto
simplesmente
absinto.




Ai ardido peito
Quem irá entender o seu segredo
Quem irá pousar em teu destino
E depois morrer de teu amor.
Ai mas quem virá
Me pergunto a toda hora
E a resposta é o silêncio
Que atravessa a madrugada.
Vem meu novo amor
Vou deixar a casa aberta
Já escuto os teus passos
Procurando o meu abrigo.
Vem que o sol raiou
Os jardins estão florindo
Tudo faz pressentimento
Que esse é o tempo ansiado de se ter felicidade.

Outras faces de Cora



Nos 120 anos de seu nascimento, biografias reconstituem algumas das "histórias reais" da poetisa goiana

Marlon Maciel
Especial para o Jornal de Brasília



Alguns dos mitos e mistérios a respeito da personalidade por trás do pseudônimo da poetisa goiana Cora Coralina (1889–1985) não foram totalmente esclarecidos. Mas parte deles ganham novas visões na ocasião de seus 120 anos de nascimento, completados hoje e comemorados no festival Cora Viva Coralina, aberto ontem na Cidade de Goiás, sua terra natal localizada a 320 km de Brasília.

As biografias existentes sobre a mulher que se tornou uma das principais personagens da história do Estado de Goiás parecem não dar conta do retrato fiel de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, nome de batismo de Cora. No entanto, uma série de lançamentos literários buscam lançar luz sobre vida e obra de Coralina e deixar esse panorama menos obscuro – já que, até em seu estado de origem, boa parte do público não conhecia toda sua história.

Um deles é Cora Coralina: Raízes de Aninha (Ideias & Letras), fotobiografia lançada no Museu Casa de Cora Coralina, que passa atualmente por reforma e atualização literária. Por meio de documentos e fatos reais, os autores Clovis Britto e Rita Elisa Seda procuraram reconstituir a vida da menina, moça, dona de casa, mãe, sertaneja, cozinheira, literata e doceira (atributo que ela dizia valorizar mais que o de poetisa). "Na verdade, a sua biografia está sendo escrita agora", diz a presidente da Associação Casa de Cora Coralina, Marlene Vellasco.

Em versos como "Eu sou a terra milenária, eu venho de milênios / Eu sou a mulher mais antiga do mundo, plantada / E fecundada no ventre escuro da terra", do poema A Gleba Me Transfigura, constata-se o teor autobiográfico da criação coralineana. Ao estudar a fundo com Rita Elisa o vasto material, Britto conta que descobriu mais sobre a personalidade da artista pelas "meias confissões" de Coralina ao longo de sua obra, a partir das quais revelaram "as outras metades".

"Ela morou a maior parte do tempo aqui, na antiga Vila Boa de Goiás. E em cada cidade que morou, deixou marcas e ações de muitas dessas outras Coras, como a ambientalista, a política (que subiu em palanque para discursar) e a social (que fundou instituição filantrópica)", argumenta. Entre os volumes existentes, que buscam reconstituir o
passado de Coralina, Britto cita Cora Coragem Cora Poesia, escrita pela filha Vicência Bretãs Tahan (que lança, em breve, um livro-tributo com receitas), com uma biografia
romenceada – "sem determinada preocupação documental e que não pretende ser a verdade", segundo Britto.

Fascinante e mitológica
Paulo Sales, um dos netos que mais conviveu com Coralina, conta que conheceu a avó quando menino, nas visitas que ela fazia a São Paulo para ver a família. Entre as principais lembranças da infância estão as conversas nas quais trocavam ideias, inclusive sobre poesia. "A Cora que vai sair dessa biografia – cujo trabalho de pesquisa profundo se utiliza de documentos que estavam adormecidos – é muito mais rica e fascinante do que imaginávamos. Não se trata daquela velhinha que começou a publicar depois da terceira idade. Aos 17 anos, por exemplo, ela publicava e, alguns anos mais velha, era considerada uma das maiores escritoras goianas", comenta.

O segundo lançamento memorial a Cora, Moinho do Tempo – Estudo Sobre a Obra de Cora Coralina, dos organizadores Clovis Britto, Maria Eugênia Curado e Marlene Vellasco, é um trabalho sobre a vida e a trajetória da poetisa, descendente de bandeirantes. "Ao resgatar outras Coras, a publicação busca suprir uma lacuna existente entre a poetisa e a doceira, ao seguir um novo viés, que traz a interpretação da Cora mitológica", afirma Britto
Cada corpo
Cada alma
Cada cerebelo

Todos largados ao acaso
Levados pelo tempo

Tudo se resume ao egoísmo da sobrevivência
E vivem sem saber por que
Baseando-se em velhos clichês

Buscando Amor e Prazer
De um dia viver
Simplesmente para ver o Sol nascer
E poder esquecer
Que a vida sempre ira anoitecer

E eu procuro de corpo e Alma
Me fortalecer e crescer

Pois toda magia que existiu
Em se sonhar
Tanto na psicodelia como no Amar
Se acaba no primeiro despertar

Como uma ferida que não cura
Que sempre vai estar la
Para lembrar
O quanto pode ser doloroso
Um despertar

E por força das incertezas

Somos obrigados a despertar

E também somos
Os maiores culpados
Por deixar que esses sonhos

Em nossas almas
Venham a se desmanchar

E por toda a Vida

Muitos se perderam
Nesse Desencanto
Que julgam
Como mera ilusão.




Fama? Ego Inflado? Espírito de Porco? Quais os reais motivos que levaram Angeli a matar Rê Bordosa, sua mais famosa criação? Este documentário em animação stopmotion investiga este vil crime.

Fonte: Porta Curtas Petrobras.



Um ácido e divertido retrato da mecânica da sociedade de consumo. Acompanhando a trajetória de um simples tomate, desde a plantação até ser jogado fora, o curta escancara o processo de geração de riqueza e as desigualdades que surgem no meio do caminho.

Fonte: Porta Curtas Petrobras.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Ana Cañas e Mariana Aydar no Pátio Brasil Shopping (05/05)
Fotos por Nathally.


Clausura

Não interessa mais se a minha existência é fato ou imagem de algo em uma parede de pedra escura.
Sendo assim, sou ao mesmo tempo o desenho rupestre e a própria pedra que risca o corpo de um bisão na caverna.
E dessa cadeira em que me observo severa, posso ser sobretudo, a coragem de ser em um único corpo, tudo aquilo que os tempos me permitem.

Lua

Jorge da Capadócia

Canto Noturno

Teu felino olhar: cansado
Com pálpebras turvas, morena
Bueiros na rua, calçada
Onde a luz de postes projeta:
Sobre as folhas e galhos das árvores
No chão os mendigos que velam
A morte de todos seus sonhos
Enquanto ao sono se entregam

Debruçada, parapeito, janela
Amendoados teus olhos, profundos
Atrás do concreto te escondes
Daquilo que ecoa, no mundo
Nem sabes o obscuro, da vida
Como não sei o que há, no céu
Teu horizonte é feito, de prédios
Teus dias regados, com mel

Nas ruas os carros, voando
Cores, vaga-lumes, do chão
Por tortuosas e longas, esquinas
Teus olhos na escuridão
Morena eu sigo teus passos
Atrás de muros, a pé
Implorando por qualquer, pedaço
Teus lábios, canela, mulher

Noturno sentimento incendeia
Clareando luar carmesim
Que saí dos teus olhos castanhos
Cansada luz que há em mim
Destiladas lembranças, telhados
Momentos sobre o ar, solidão
Morena com teus astros, escuros
Precedes a luz da manhã

Desencanto

Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.
Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.
E nestes versos de angústia rouca,
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
Eu faço versos como quem morre.

Por Manuel Bandeira
Pintura de Camille Corot
Incenso Fosse Música


isso de querer
ser exatamente aquilo
que a gente é
ainda vai
nos levar além


Por Paulo Leminsk

Tu tens um medo:
Acabar.
Não vês que acabas todo o dia.
Que morres no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que te renovas todo o dia.
No amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.

E então serás eterno.

Cecília Meireles

A Pantera
No Jardin des Plantes, Paris

De tanto olhar as grades seu olhar
esmoreceu e nada mais aferra.
Como se houvesse só grades na terra:
grades, apenas grades para olhar.

A onda andante e flexível do seu vulto
em círculos concêntricos decresce,
dança de força em torno a um ponto oculto
no qual um grande impulso se arrefece.

De vez em quando o fecho da pupila
se abre em silêncio. Uma imagem, então,
na tensa paz dos músculos se instila
para morrer no coração.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Penso as coisas em formas porque penso visualmente tudo até o que não tem cor. Muita coisa que eu penso vira azul transparente piscina. Penso em como as coisas se constroem e logo penso numa forma, em forma. Penso na forma de construção. Metodologia. Assim: a base não deve ter muitas pontas quando a forma é muito comprida. Se são muitos lados, não dá certo. E é difícil erguer tantos lados que sejam iguais. A mão do homem veio com a medida errada e ele constrói o que sente. Um monte de pontas complica tudo. Uma base ideal tem poucas pontas cobrindo uma área grande. Começa com pouco, depois vai subindo, senão é coisa demais. Seja um viajante leve. Vá com pouco e volte com muito, minha teoria do inversamente material. E carregue uma pedra de cada vez pra minimizar cansaço e não matar a vontade, o desejo. Não deseje uma pedra maior do que pode carregar. E canta pro tempo passar. Então a estrutura vai subindo, ganhando forma. Não precisa de absoluta certeza, precisa de fluidez, ligação, pensamento. Sair do chão é difícil. Tem gente com estruturas esburacadas, o dia que bater um vento mais forte... Isso porque os ventos do Brasil estão rebeldes, derrubando tudo. Então pensa. Quanto mais larga a base, mais segura a estrutura. Quanto menos pontas, menos problemas de estrutura. Então carrega o que o lombo suporta e vai subindo os teus andares. E sobe cantando, refinando a forma. Eu construo pirâmides porque aprendi que o único banco que não é bambo é o de três pernas. A maioria dos bancos do mundo tem quatro pernas, e muita gente pensa que é assim que é. Eu prefiro quando tem três pernas, acho mais bonito. Desde então minhas contruções nascem de triângulos e mais do que nunca, construí um monte de formas. E em cima, a forma nem tem mais nome, tem significado. E tem quem esquece da base e tá pensando na pedra lá de cima, aquela que todo mundo vai ver quando passar pela forma. Ninguém tem culpa de ser dono desse pensamento. Para esses, uma coisa é certa: contrate um engenheiro.

Eu só quero amar.

Eramos quase um ano inteiro,
mais veio forte o temporal
ficamos só pela metade
do que podia ser o final...

Chegando o tempo que vinha longe,
a despedida pois se a rodar
naquele filme que era um sonho
como num tombo eu despertar...

Agora éramos sós, na rua a passear
não eram os meus não eram os teus,
os braços juntos a rodar...

A noite vinha como num filme,
e eu nos teus braços a me entregar.

Qualquer vestido, qualquer cigarro
O verde dos seus olhos estão comigo em qualquer lugar.



Os olhos fechados. No silêncio, com um insenso, um clima intenso, um tal olhar. Vem buscar, meus passos de bailarina e meus tropeços de mulher, mostro aos olhos de quem vier, minha profecia pessoal. É minha sina, fazer parte de cada pouco que me fascina, em transparencia. Incopetência seria, me/te procurar. Com esse tão pouco que me restou, restos de perguntas que me encontrou, com uma essência de flor que brotou, em meu olhar.
Mas ainda me cabe 7 notas e alguns versos sem refrão. Em tom menor ou Tom Jobim resolvi ouvir, em tons de inspiração, a voz da vida cantar.


Vai lá saber, se não é assim, que eu consiguirei enfim, me encontrar...
Ou me perder de vez. Feito música no ar.

Eu não esperava que fosse tão difícil, tão complicado.

Sempre achei que as pessoas que tornavam as coisas complicadas, agora vejo que não.

Não imaginava que teria que me doar tanto, nem que assumiria, de uma hora para a outra, uma responsabilidade tão grande, que nunca tive antes como o amor de uma pessoa, estando, a partir daquele momento, inteiramente ligada a elaNão imaginava ter que me tornar alguém mais transparente, frágil, tangível, sincera.Não me imaginava, na verdade, tão madura, assim, tão de repente, nemamando tão verdadeiramente, tão intensamente, de uma forma tão inexplicável.Falta de experiência? Pode ser .Pode ser que isso também não justifique nada…Então não vamos cair no mérito.Mas quando menos esperava, me vi sendo responsável por tudo isso, e, talvez seja esse o motivo do medo, dos erros e da insegurança.Sei que posso estar tomando um caminho sem volta, um caminho de conseqüências a longo prazo, mas peço que tenha paciência, porque no final, só o amor verdadeiro importa.