A profissão de Paulo Leminski era a poesia, era a linguagem, era a guerrilha. Guerrilha contra o quê? Contra a morte da vida em vida.
Uhn. Acho que Leminski, polaco-zen, preferiu seguir o velho lema: melhor morrer de vodca do que virar um velho brocha.
Eu penso que Leminski já estava falando sobre tudo isso nesse poema aqui, escrito há mais de 25 anos, talvez 30:
um dia
a gente ia ser homero
a obra nada menos que uma ilíada
depois
a barra pesando
dava pra ser aí um rimbaud
um ungaretti um fernando pessoa qualquer
um lorca um éluard um ginsberg
por fim
acabamos o pequeno poeta de província
que sempre fomos
por trás de tantas máscaras
que o tempo tratou como a flores
Eu acho que sei o que ele quis dizer. E Leminski se foi. Nós continuamos aqui.
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Devaneios Encantados.